A felicidade segue a simplicidade (Provérbio irlandês).
“Ser simples é a melhor coisa no mundo” (Gilbert K. Chesterton,
All Things Considered).
As coisas simples na vida são as melhores (Provérbio americano).
O poeta americano Henry Wadsworth Longfellow escreveu: “No caráter, nas maneiras, no estilo, em todas as coisas, a suprema excelência é a simplicidade.” Da mesma pátria, Horace Fletcher discorreu com propriedade sobre a simplicidade:
Simplicidade e harmonia são as condições supremas a serem alcançadas em todas as coisas. Na literatura, e na música, e na oratória, e na pintura, e na mecânica, e na vida, a simplicidade é, ao mesmo tempo, o maior charme e a melhor evidência do mérito.
Albert Einstein declarou, em conferência na Universidade de Oxford:
Dificilmente pode ser negado que o supremo objetivo de toda teoria é fazer os elementos básicos irredutíveis tão simples e tão poucos quanto possível, sem ter que renunciar à representação adequada de um único dado da experiência.
Quanto mais alguém sabe, mais simplifica (Provérbio americano)
O que é simples não se confunde com o que é simplista. Simplicidade é a pura essência; é beleza com pouco ou nenhum enfeite. Não falta substância vital no que é simples. Simplismo é verdade precária, simplificação exagerada, reducionismo.
Simplificar a vida é reter o que é verdadeiramente indispensável, inclusive amenidades, evitando-se excesso de coisas e ações. Dito de outro modo, a simplicidade é o que resulta de alguma coisa, quando tiramos dela tudo que pode ser tirado, sem comprometer a satisfação adequada de nenhuma real necessidade de nossa existência. Antoine de Saint-Exupéry, autor de O Pequeno Príncipe, diz em outra de suas obras, Terra dos Homens (1939): “Parece que a perfeição não é alcançada quando não há mais nada a acrescentar, mas quando não há mais nada a suprimir.”
Henry David Thoreau, autor e filósofo americano, clamou, em Walden ou a Vida Nos Bosques (1854):
Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Digo, deixe os seus afazeres serem tais como dois ou três e não cem ou mil; em vez de um milhão, conte meia dúzia e mantenha as suas contas na unha do seu polegar. […] Simplifique, simplifique.
Para Thoreau, ser filósofo é mais do que ser um pensador; é levar uma vida sábia, uma das características da qual é a simplicidade:
Ser um filósofo não é meramente ter pensamentos sutis, nem mesmo fundar uma escola, mas amar a sabedoria a ponto de viver de acordo com os seus ditames, uma vida de simplicidade, independência, magnanimidade e confiança.
Pete Ivey publicou, em uma coluna no jornal The Rocky Mount Sunday Telegram, em 4 de maio de 1958, o que lhe contara James Webb. Placas com a palavra KISS estavam sendo afixadas nas paredes de escritórios e outros ambientes de uma empresa. Office-boys, secretárias, supervisores, executivos, inclusive vice-presidentes – todos – estavam intrigados com o que aquilo significava. “KISS” se entende naturalmente como “beijo” ou “beije(m)”. Enfim, o diretor de relações públicas resolveu perguntar ao seu chefe: “O que as quatro letras, K-I-S-S, significam?” O chefe respondeu: “Keep it simple, stupid” – “Mantenha simples, estúpido”.
O acrônimo “KISS” se tornou popular nos Estados Unidos, representando o princípio da simplicidade nos projetos e no gerenciamento.
Arnold Zellner, que foi longamente professor de Economia da Universidade de Chicago, reformulou o princípio KISS brilhantemente: “Keep it sophisticatedly simple” – “Mantenha sofisticadamente simples”.
“A simplicidade é a suprema sofisticação” – famosa frase atribuída (sem evidência) a Leonardo da Vinci.
A simplicidade é o traje mais apropriado da verdade (Provérbio americano).
O selo da verdade é a simplicidade (Provérbio alemão).
Diz a Sra. Gunn, em um romance da autora americana Clare Boothe Luce: “Eu resolvi envelhecer natural e graciosamente, contente em saber que os maiores intelectos são os mais singelos e que o auge da sofisticação é a simplicidade.”
Em A Arte da Simplicidade, Dominique Loreau defende “a arte de viver tão plenamente quanto possível”, que é “a arte da simplicidade”. Ela aconselha: “Aprenda a eliminar suavemente, mas com rigor.” Também: “Um cantinho perfeito, um bom livro e uma xícara de chá podem trazer uma satisfação extrema.”
A simplificação pode começar com a eliminação da facilidade de criar problemas. Desarme-se! Duas expressões inglesas recomendam: “Take it easy!” – “Pegue leve!” e “Be easy going” – “Seja fácil de lidar”. Você pode sustentar seus princípios, mas também pode excluir de seu comportamento a facilidade de ser uma pessoa belicosa. Não ponha lenha na fogueira, mas procure o caminho mais simples e pacífico de resolver problemas interpessoais. Simplifique! Pacifique!
“É fácil ser complexo [ou complicado]. De fato, todo mundo ao nosso redor é complexo. Nós esquecemos do sabor da simplicidade” (Vipin Behari Goyal).
O “haiku” é uma poesia curtíssima, de apenas três breves linhas, que é parte da cultura japonesa tradicional. O haiku representa o ideal da simplicidade na vida. Ele “representa a beleza da simplicidade”, escreveu Koichi Hasegawa, no artigo “Haiku: Beleza na Simplicidade”. Ele diz ainda: “Ser simples é um importante valor representado na cultura japonesa e na beleza da vida.”
Don Baird nos apresenta um haiku e o comenta:
a few huts
near aternoon chant—
how simple![poucas choupanas
perto o canto da tarde—
quão simples!]
“A doçura da simplicidade! Este haiku nos lembra disso. Ele nos trás a um momento especial onde, ao longe, os monges estão cantando.” Quão agradável!
No livro O Poder da Simplicidade, Samir Parag Heble conta: “Eu descobri que a poesia haiku é uma ferramenta útil para trabalhar com a ansiedade, depressão e outras desordens psicológicas.”