Quando Jesus ressuscitou, ele mandou seus discípulos e, por extensão, todos os cristãos de todas as gerações, evangelizarem todo o mundo, sob o poder do Espírito Santo: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (Atos 1:8).
Mateus 28:18-20 também registra a ordem de Jesus, com outras palavras: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!”
Jesus quis que todo o mundo ouvisse o evangelho e tivesse a oportunidade da salvação antes de encerrar a presente história. Por conseguinte, ele voltará quando a evangelização do mundo for concluída. Foi exatamente isso que ele disse, segundo o mesmo evangelho de Mateus: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (24:14). E Pedro declarou em uma carta: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para convosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pedro 3:9). Também em Apocalipse 6:9–11, vemos uma relação entre a conclusão da missão mundial e a vinda de Cristo:
E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.
Vê-se que o tempo entre a ascensão e a volta de Jesus é o tempo da evangelização mundial, o tempo da paciência e misericórdia de Deus, o tempo da obra do Espírito Santo. Está claro que a missão cristã é o que mantém a história do mundo aberta. Foi exatamente isso que disse o teólogo holandês J. C. Hoekendijk: “Os muros da história são mantidos à parte, por assim dizer, através da missão da igreja.” Hoekendijk cita pensamento semelhante do francês Th. Preiss: “Se a história ainda continua, então isso é singularmente porque o evangelho para o mundo deve primeiro ser anunciado a todas as nações. A história do mundo não tem, a partir de agora, nenhum outro significado.”
O sentido da história neste tempo, saibam filósofos e historiadores, é a pregação do evangelho de Cristo.
Este é o tempo do sacerdócio missionário de todos os crentes. Cada um deles deve estar preparado para dar testemunho de Cristo – “estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1 Pedro 3:15).
Releia esta preciosidade, da pena de Robert Anderson:
A obra da redenção está completa. A grande anistia tem sido proclamada. O céu está aberto aos perdidos da terra. A vida eterna é trazida ao alcance dos mais fracos e piores dos homens. Deus não está imputando transgressões, mas pregando paz. E o único Ser no universo que tem poder para punir pecado está sentado no trono de Deus como Salvador e sua presença mudou aquele trono em um trono de graça.
Costumamos ouvir: “Jesus está voltando.” Mas Jesus está literalmente voltando? Ele já saiu de lá e está a caminho daqui? Bem, Jesus voltará quando se encerrar a evangelização do mundo. E a chegada de Jesus surpreenderá assustadoramente a muitos, porque não será anunciada. Esse é o perigo de alongar a incredulidade e a rejeição a Jesus. “Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite” (1 Tessalonicenses 5:1–2). Quem for achado crente no Filho de Deus naquele dia, estará salvo. A porta da salvação está ora aberta!